domingo, 18 de novembro de 2007

O Culto da Emoção - Michel Lacroix


A linguagem da vida cotidiana, que é um espelho fiel dos costumes, revela uma preferência pelas emoções fortes em detrimento das emoções calmas.

Tudo é flash. A linguagem cotidiana é adrenalizada. Tendemos abandonar as emoções contemplativas. Qual pode ser a estabilidade psíquicas de indivíduos que procuram incessantemente sensações fortes? Será seu comportamento normal ou patológico?... Ao contrário de Jean Jacques, o homem atual precisa açoitar sua subjetividade com estimulantes, esctasy, estados alterados de consciência, condutas de risco, velocidade, esportes acrobáticos, videogames palpitantes, espetáculos sensacionais, formas ruidosas de lazer, aventuras extremadas, violência e transe. Desregrado e inseguro, o sentimento de si requer estresse e a agitação para se reafirmar. O individuo se assegura de sua identidade pelas comoções que o sacodem, impressões inéditas que o espantam. O que não impedem dele querer “ficar numa boa”.

“O vício está no excesso. A virtude reside na moderação” – Aristóteles