domingo, 12 de julho de 2009

Jim Collins e a crise "das pessoas"


Jim Collins, autor dos livros Feitas para Durar e Empresas Feitas para Vencer, está na capa da revista Exame, edição 946 de Julho de 2009. Considerado como sucessor legítimo de Peter Drucker, o maior teórico de todos os tempos, Collins discorre sobre o porquê empresas poderosas quebram e como a adversidade separa grandes líderes de executivos medíocres. Independente das considerações sobre os livros citados e alguns exemplos atuais relacionados a crise atual, a matéria apresenta algumas informações interessantes a respeito da postura profissional dos executivos por trás das organizações. Citando as últimas pesquisas de Collins para seu mais recente livro – How the Mighty Fall – , este cita 5 fases de como empresas americanas bem sucedidas fracassaram. São estas: 1) Excesso de confiança originada pelo sucesso; 2) Busca indisciplinada pelo crescimento; 3) Negação de risco; 4) Corrida pela salvação e, finalmente, 5) Irrelevância ou morte. Se observarmos com carinho as considerações de Collins sobre cada fase, perceberemos facilmente que existe um desequilíbrio nas lideranças que as levam tomar atitudes equivocadas. Parece que exagero e coragem se misturam numa visão equivocada da realidade, um embasamento seletivo da própria casa ou, se preferirem, uma falta de conhecimento sobre a própria companhia e seus colaboradores.

Pensando de outra forma, a própria desorganização externa, que está presente nos corredores internos e dados externos para quem quiser ver, se traduz como a própria desorganização interna dos líderes que, atuando por exigências equivocadas de sua personalidade, não percebem os reais destinos de suas decisões. O mais interessante, entretanto, é notar que se fala sempre que determinada empresa tomou tal atitude ou deixou de ver tal situação crítica e esquecemos que, por detrás dessa “empresa”, existe uma cultura organizacional regida por pessoas espelhadas pelas posições de lideranças de suas chefias e presidências.

Collins também identifica alguns estágios de fracassos, nivelados de 1 a 5, onde “uma empresa pode estar doente antes de aparentar fraqueza”. Apesar de suas pesquisas encontrarem retomadas extremamente positivas, ele constata que preocupação com a gestão e menos arrogância são importantes para se manter uma empresa saudável por muito tempo. Quem anda equilibrado, entendo, não precisa de medidas extravagantes e nem salvadores da pátria, mas sim foco e persistência nos valores, “refletindo e agindo com determinação”. Os extremos parecem indicar o futuro da organização, assim como os extremos na vida pessoal dos sujeitos alertam para uma calamidade anunciada.

Assim, repetimos em nossa vida profissional, a desarmonia interna existente em nós mesmos. A incapacidade de enxergar tais equívocos, dominados por forças “ocultas” irão, cedo ou tarde, se fazer presentes de forma dolorida. Os obstáculos que a vida nos proporciona são os verdadeiros testes de quanto maduro psicologicamente estamos para ter uma vida saudável e digna de ser vivida. Caso contrário, quando não aprendemos com o que está acontecendo dentro da gente, certamente, isso se refletirá fora e, inevitavelmente, de forma extremada. Aliás, se você não pára, a vida te pára, seja pelas conseqüências de tal distancia de si, seja num leito de hospital.

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